terça-feira, 12 de julho de 2011

José Sóter lança seu 16° livro em Brasília

Por Bruno Caetano

Autor ilustra como era a postura e a poesia brasiliense
Uma leitura não-dirigida. Uma viagem descompromissada de temas e ideologias. Dessa maneira, o escritor, professor e poeta José Sóter define seu novo trajeto, ou melhor, seu mais novo livro. Navegante ao Léu, mais do que poesias e referências culturais brasilienses, é uma valorização do livro como veículo de comunicação. Uma parceria com o artista gráfico Zé Nobre - grande personalidade da cultura do cerrado. As poesias nele contidas são atuais, porém, o que Sóter herdou da época de ouro da poesia brasiliense ninguém pode tirar. A forma de tratar o amor com humor, por exemplo, é uma das experiências vividas pelo autor, que agora pode ser compartilhada com os leitores nestes atuais dias de náufrago.
Em uma época em que os poetas ocupavam bares e shows, Sóter começou a buscar uma forma de promover os recitais destes artistas em escolas públicas. Foi aí que surgiu o Grupo Lira Pau-Brasília, que o autor faz questão de ilustrar e referenciar em sua obra. A formação do grupo, que era chamado de “poetas marginais”, resultou no livro, A Hora do Recreio. Agora em Navegante ao Léu, Sóter nos transmite uma responsabilidade de documentar o que foi feito, e o que contribuiu para que a alma poética de Brasília permanecesse nos dias de hoje.
Mesclando poesias atuais com ilustrações de grandes nomes da época de ouro, o 16º livro do autor, é uma declaração de cumplicidade com Brasília. “Esta cidade nos deu muito, e nós demos muito a ela. Sem pretensão, nós fomos os pioneiros a dar uma identidade cultural para a cidade”, resume Sóter. Entre as ondas de dor e alegria, que o Navegante ao Léu encontra pelos “mares brasilienses”, surgem figuras ícones da arte no planalto central. Sejam poetas, músicos ou agitadores culturais, todos eles parecem querer mostrar a direção do barco em uma viagem sem destino.
O Livro Navegante ao Léu será lançado no Quiosque do Ivan, localizado no Conic – Setor de Diversões Sul. Amigos desde os conturbados anos em que a ditadura também sufocava a poesia, Ivan Presença é uma das fortes referências da obra. A Editora Semim (Sóter Edições Mimeográficas), que publicava os trabalhos da “geração mimeógrafo” da época de ouro da arte e cultura brasiliense, também publica este novo feito.
Como toda viagem sem rumo, o leitor encontrará no livro algumas surpresas. Seria “uma curva no final da estrada reta”, diz Sóter. Mas para encontrar algo inusitado é preciso desbravar, como todo bom navegante faz. “Uma surpresa, que quem procurar, com certeza irá encontrar”, avisa aos navegantes.
SERVIÇO
Lançamento:
Livro: Navegante ao Léu.
Autor: Sóter.
Artes: Zé Nobre
Local: Quiosque do Ivan. Conic – Setor de Diversões Sul.
Data: 12 de julho de 2011.
Horário:  A partir de 17h
Entrada: Livre.
Apoios: Simpro-DF, Liga Tripa, Ivan Presença, Beirute e Agostinho Mendes.

Banda Etno lança novo e diversificado disco no Teatro Nacional

Por Bruno Caetano

Banda Etno fará clipe com a participação do Olodum
Após nove anos de carreira, a banda brasiliense Etno lança seu segundo disco, com show inesquecível na sala Martins Pena do Teatro Nacional. Quem teve a oportunidade de conferir a apresentação na quarta-feira (6), viu que o disco Setembro, confirma uma das principais ideologias da banda, o respeito à diversidade. Felizes por verem a sala cheia, Tiago Freitas (vocal), Iano Fazio (baixo), Vitor Fonseca (guitarra) e Tiago Palma (bateria) tocaram e fizeram discursos emocionados.

Assinado pelo renomado músico e produtor Paulo Anhaia, o novo trabalho da banda Etno mistura músicas autorais à releituras inusitadas como a faixa, Avisa Lá, grande sucesso do Olodum. “Ao admitirmos as diferenças, as barreiras caem por terra. A música do Etno é um convite à reflexão, ao diálogo e ao respeito à diferença”, diz o vocalista Tiago Freitas, que ressalta também o amadurecimento natural da banda.

Sem deixar de lado as fortes influências grunges que sempre acompanharam a banda, o Etno surpreendeu positivamente o público com as novas músicas. Paulo Anhaia, que estava presente no show de lançamento do disco Setembro, diz que está muito feliz com o resultado. “Gostei da banda desde a primeira vez que me mandaram o material. Posso afirmar que este é um dos melhores discos que já produzi”, afirma o produtor responsável por trabalhos do CPM 22, Los Hermanos e NX Zero.

Outra nova experiência marcante no mais recente álbum é a presença de elementos nunca antes usados pela banda. “A gente se permitiu fazer baladas, usar violão, piano, orquestra. Mas tivemos a preocupação na poesia: não é simplesmente rimar amor com dor”, avisa Freitas sobre o disco, que foi gravado no estúdio Midas, em São Paulo.

A consciência social presente no disco de estréia, Revolução Silenciosa, ainda movem o espírito da banda. Mas desta vez, a diversidade cultural da música brasileira e a poesia, é o que mais enriquecem as faixas Setembro. Um consistente disco de rock, que consegue abrigar toda a etnia tupiniquim.

Para conhecer o disco Setembro, basta acessar o site oficial da banda: www.etno.com.br. No endereço, todas as músicas são disponíveis para downloads gratuitos.

domingo, 10 de julho de 2011

Seletiva do Porão do Rock no Plano Piloto enche o O´Rilley de bons sons

Por Bruno Caetano

Banda The Pro fechou a noite no O´Rilley
Criatividade, charme, carisma e principalmente Rock in Rool. Rolou tudo isso na Seletiva do Porão do Rock – Plano Piloto, realizada no O´Rilley Irish Pub na 409 Sul. Oito bandas concorreram a duas vagas para um dos maiores festivais do Brasil. The Neves, Tiro Wiliams, Brown-Há, Johnny Flirt, Projeto Macaco, Electro Domesticks, Os Dinamites e Coral de Espíritos tiveram que mostrar em apenas 15 minutos, a razão por merecerem uma das vagas. O público lotou a casa, e decidiu que Brown-Há e The Neves darão o ar da graça no Porão do Rock 2011.

A variedade de rock presente na Seletiva do Plano Piloto fez a dúvida pairar nas cabeças balançantes da platéia. Ninguém ficava parado ou esvaziava a pista. O Projeto Macaco e a Coral de Espiritos incendiaram com seus rocks pesados, assim como Johnny Flirt não deixou a peteca cair com músicas que retratam o cotidiano dos jovens brasilienses.

A banda Os Dinamites, com cabelos bem á rigor, mostraram que em Brasília tem Rockabilly bom e nacional. “O público gosta, mas tem medo”, afirma o vocalista Lucas Billy. Já o Tiro Williams acertou em cheio quem gosta do Indie Rock com bons refrões e letras irônicas. “Independente da classificação para o Porão, o bom mesmo é estar aqui tocando”, afirmou o vocalista Moraes.

As meninas do Electro Domestiks esbanjaram charme com seu rock misturado a elementos eletrônicos. Para a vocalista Kameni, tocar no Porão do Rock seria uma grande realização. “Agente procura não criar muitas expectativas, porque a classificação seria um sonho se concretizando”, diz Kameni.

Muito Rock bom para apenas duas vagas. Após o show da banda The Pro, atração do evento, foi revelada a apuração dos votos. A banda Brown-Há com seu Rock in Rool despojado e divertido é uma das contempladas para o grande evento. “O nosso show foi muito legal”, resume o vocalista João Paulo após a apresentação. A outra mais votada pelo público foi a The Neves, que fizeram um indie e folk bastante trabalhado para os ouvidos exigentes do O´Rilley. Foi uma seletiva bem seleta. Onde todas as bandas mostraram a diversidade criativa do puro rock brasiliense. Parabéns a todos!