sexta-feira, 26 de abril de 2013

O reinvento de um personagem e a saga de um ator no Arte na Praça

Por Bruno Caetano

Ao ouvir o canto nordestino, conduzido por um batuque a rigor, o público da unidade Águas Claras do Centro Universitário Unieuro já pode imaginar o que surgiria no palco do Arte na Praça. A fantástica história sobre uma substância extraída da onça foi contada de maneira irreverente e influenciada por ícones da nossa cultura popular tradicional. O ator Wellington Abreu trouxe o teatro para a praça, interpretando o personagem Rabelé Chaulin em “A Baba da Pintada”; arrancando risos e aplausos, o artista sabe que conseguiu surpreender e divertir a todos que ali o prestigiaram.
Com trajes, maquiagens e trejeitos de uma caricatura marcante, Wellington Abreu faz questão de estar bem próximo do público que o assiste. A dinâmica e a participação intimista são marcas registradas de Rabelé Chaulin. O espetáculo, além de fazer referência a vários personagens conhecidos, também faz o uso inteligente de mágicas e do improviso. “A ideia é abrir a gaiola do leão e o leão é o artista, que precisa romper a distância com o público”, define Wellington, que atua há 18 anos na Hierofante Cia de Teatro.
Para o ator, a formação de um cidadão só se completa com arte e cultura. “O UNIEURO está mostrando que não é somente um prédio montado para uma faculdade. A instituição também vem ensinando que um aluno não se forma apenas com as matérias de seus cursos, mas também com a arte, um dos maiores complementos para qualquer ser humano”, diz. Dialogar com universidades, para Wellington, é uma ótima oportunidade para os artistas que precisam de respostas dinâmicas da plateia. “O aluno vem do trabalho, chega aqui, faz prova, está cansado; mas, ainda sim, para e assiste o espetáculo e interage, pois ele já possui um conhecimento sobre nossas culturas.. Isso é muito gratificante”, ressalta.
O ator acredita que o espaço aberto, no Centro Universitário Unieuro, é uma resposta fantástica de valorização ao artista local que, segundo ele, não é contemplado pelas políticas públicas, destinadas a cultura do Distrito Federal. “Tem artistas passando fome no Distrito Federal, sem pagar água, luz, telefone; isso porque os recursos estão somente no Plano Piloto, que dispõe de 60% dos Certificados de Entes e Agentes Culturais (CEAC). E as cidades satélites como ficam? Aqui os artistas nacionais recebem cachês, e os locais são desvalorizados. E onde está o Teatro da Praça para o uso da população de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, por exemplo?”, reclama Wellington Abreu.
Para participar do Projeto Arte na Praça, mande um release sobre o que você quer apresentar (música, dança, teatro, artes plásticas, grafitte), com seus contatos, para o email. artenapraca@unieuro.com.br. Além de alunos, professores e colaboradores, qualquer artista

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